No creo que a mi amigo Pedro Sobreiro, teniente alcalde del Ayuntamiento de Marvao le importe que yo os ponga en este Blog unas cuantas frases que he "robado" del suyo, ( está pasando un momento difícil y duro es la política) con las que me identifico totalmente y que me han hecho sentirme tan cerca de ese, apenas un muchacho, que ama tanto su tierra y que lucha tanto por ella, y lo que recibe a cambio son patadas......
Le he dicho en su Blog que somos Quijotes luchando contra molinos de viento y que, aunque me alegro que él siga y no defraude a los que le votaron, yo soy más cobarde y me rindo....... aunque seguiré trabajando desde detrás de las cortinas( lo juro)..... Espero que entendáis portuguès... es casi una obligación , sería muy triste que no lo entendierais, por lo menos, estando tan cerca como estamos.........
Falam de mim na rádio, comentam nos corredores, brincam nos recreios para café e ao almoço.
O telefone não pára.
Na net, em blogues e fóruns, uns apoiam e outros acusam com a diferença que só os primeiros têm coragem para dar a cara.
Por estranho que me pareça, até a mim, não consigo evitar sentir-me assim como um bicho-do-mato, como algo raro por estar sob todas as miras e debaixo de cada objectiva.
Como disse então, resta-me a família e os amigos e a consciência que há-de sempre ser o meu refúgio último e o mais fiel garante.
Sei que fiz o que tinha a fazer. Se fosse hoje, não mudaria uma vírgula e voltaria a fazê-lo independentemente das consequências. Tal e qual.
No entanto, não há homens de ferro e quer se queira quer não queira, quando se passa por um processo destes, há sempre algo dentro que cede e enfrenta a evidência.
Um dos processos mais dolorosos por que tenho passado desde que assumi estas funções autárquicas tem a ver precisamente com a minha perda de fé nas pessoas, falando, claro está, em termos genéricos.
Talvez por um defeito de fabrico ou de produção, consegui fazer quase toda a minha vida até entrar para esta aventura, acreditando que as pessoas são naturalmente boas até prova em contrário. O assunto foi motivo de grandes e acaloradas discussões em tertúlias de amigos ao longo dos anos e eu, acabava sempre por sair com a minha avante, pelo menos, na análise muito pessoal.
Hoje, depois desta montanha russa de emoções de quase 3 anos, tenho de dar o braço a torcer e fazer a minha vénia aos que tão sabiamente me aconselharam porque é com uma indisfarçável mágoa que constato que as pessoas não só são más como são invejosas e se movem quase exclusivamente por interesses próprios. Tenho tido inúmeras, inequívocas e irrefutáveis provas disso mesmo e estou em crer que vai levar algum tempo a digerir essa desassombrada constatação.
Olhando para todo este macro cenário percebo que não vale a pena e que cada vez vai valer menos. Mesmo correndo o risco de poder ser mal interpretado, sei que não me engano quando digo que cada vez vai ser mais difícil arranjar pessoas que tenham o concelho dentro e sejam capazes de por ele lutar, abdicando de quase tudo incluindo vida pessoal, família e Amigos com A grande, e não os de Peniche, que desses há por aí aos montes.
Uma breve vista de olhos pelas listas que se perfilam para 2009 é mais do que ilustrativa desta realidade.
A diferença cada vez mais óbvia e gritante está entre aqueles que como eu não precisam da política para viver e para se promoverem e os outros. É que ao contrário do que alguns palermas por aqui insinuam em comentários reptilentos, eu tenho uma carreira profissional que construí a pulso, graças única e exclusivamente a mim e ao meu esforço, sem prestar favores e vassalagem a ninguém; tenho uma família que amo e prezo como a nada mais no mundo e me apoia incondicionalmente; tenho uma casa que construí antes de entrar para a Câmara, tenho um carro que comprei antes de entrar para a Câmara e não mudei um milímetro que fosse da minha personalidade só pelo facto de ter hoje as funções que tenho.
E é isto que faz a diferença entre quem vai para se servir a si próprio e quem vai para servir o concelho, a terra onde nasceu, a terra que escolheu para viver e a que quer como se fosse ele próprio, mesmo que tenha que às vezes à sua custa, aprender como eu tenho aprendido ultimamente.
Por muita volta que lhe queiram dar, é este o cerne da questão.
Sinceramente, o que eu tenho é saudades da minha vidinha, tranquila, certinha, sem qualquer tipo de pressão. Tenho saudades de ir para onde quero e à hora que quero sem ter de dar explicações a ninguém que se ache nesse direito. Tenho saudades da minha privacidade, de ter tempo, de ter vagar, de poder responder a quem quero, como quero. Tenho saudades de tratar um assunto de cada vez e não ter a cabeça sempre a trabalhar em diversos níveis. Tenho saudades de entrar às 9 e sair às 5. Tenho saudades de ter dois dias de fim-de-semana de 5 em 5 dias. Tenho saudades de não estar sempre preocupado, atento e vigilante. Tenho saudades de que tudo seja como era. Muitas saudades… e acreditem que no dia em que tudo isto acabar, me sai o peso do mundo de cima.
Não quero deixar de responder aos que perguntam agora, “mas se assim é, porque não sai já?”. Elementar, meus caros: quando assumi funções, assumi um compromisso em todos os que votaram em mim e é a pensar neles que cumprirei escrupulosamente as minhas obrigações até ao final. Não sou homem de virar as costas à luta e é por isso mesmo que cumprirei criteriosamente o contrato que assinei por 4 anos.
Os que agora criticam, se porventura virasse costas, não tardariam a apontar o dedo acusador dizendo que “abandonava” o barco e não aguentava as dificuldades, deixando para trás quem em mim tinha acreditado.
A grande maioria não faz a mais menor ideia da profundidade, extensão e grau de responsabilidade das funções que desempenho. A grande maioria não imagina a carga, o esforço e as horas e horas e horas de trabalho tantas e tantas vezes noite dentro e em dias em que todos descansam, lendo, preparando, aprofundando e definindo os planos de trabalho. É óbvio que se houvesse entreajuda e espírito de equipa era tudo muito mais fácil, mas não havendo, não é por essa falta de cooperação que vou deixar de me dedicar com alma e coração às minhas responsabilidades como sabem que faço, os que estão mais próximos.
Agradeço do fundo do coração os estímulos que me têm chegado de toda a parte, aqui no blogue ou no contacto directo, incentivando-me a ir em frente. Bem hajam. Importam muito mesmo, para mim.
Depois…
Só Deus sabe o que virá depois.
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2 comentarios:
Soledad (política) e incomprensión de un hombre que fue a la política con toda la ingenuidad del mundo y quiso luchar por la tierra donde vive.
Moraleja: ¿Tienes la suficiente "diplomacia" para aguantar en este mundillo político?
Que cada cual interprete diplomacia" como: astucia, deshonor, vileza y sinónimos semejantes.
Anoche estuve en la Portagem a cenar con unos amigos en la X Feria de Gastronomia de Marvao en el margen del rio de la Portagem.
Nos sirvió Pedro Sobreiro, agotado por los preparativos y el servicio a la gran afluencia de gente que se presentó a la cena. No era el momento de hablar con él, andaba demasiado atareado.
Si Goyi, tiene cara de "buena gente", seguro que es "buena gente". Gente buena que se acerca a la política con el exclusivo interés de luchar por su gente; gente buena que pierde la confianza en la bondad de otra gente.
Al final sacas como conclusión y te reafirmas en la idea de que no todo el mundo vale para la política o lo que es lo mismo ¡para la política hay que valer!
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